Por Francisco Soares Chagas Neto
Hoje 27 de setembro, Dia Mundial
do Turismo, estabelecido pela Organização Mundial do Turismo como um momento de
reflexões para a atividade turística. No Brasil o ano de 2013 pode ser
considerado atipico, devido o ínicio do ciclo dos grandes eventos, com a Copa
da Confederações e Jornada Mundial da Juventude e pretende-se findar com a
Exposição Mundial 2020, se o Brasil for escolhido para ser sede desse evento.
Com eventos como a Copa das
Confederações o Brasil recebeu cerca de 25 mil turitas que gastaram mais de 3
mil reais cada, de acordo com pesquisa divulgada pela Fundação de Pesquisas
Econômicas – FIPE e encomendada pelo Ministério do Turismo, o que equivale a
cerca de R$ 100 milhões de reais de divisas na economia brasileira, levando-se
em consideração o evento da Jornada Mundial da Juventude e o Rock in Rio, só o
Rio de Janeiro recebeu mais de 1 milhão de turistas, com impactos de mais de R$
500 milhões na economia da cidade de acordo com o órgão oficial de Turismo do
Rio de Janeiro.
Com dados tão vultuosos,
percebe-se que a atividade turística teve um intenso movimento que induz ao
desenvolvimento da atividade, que movimenta cerca de 50 setores da economia, e
que pode beneficiar toda a população, Entretanto...
02 de junho de 2013, inicia-se no
Brasil uma onda de manifestações, as qual as principais reivindicações foram os
aumentos abusivos das passagens de ônibus nas cidades do Rio de Janeiro e São
Paulo, porém com o contexto do movimento, começou-se a se divulgar outros
temas. A partir desse momento observa-se bandeiras contra os grandes eventos no
Brasil, como a Copa das Confederações da FIFA 2013, que foi potencializado com
os jogos desse evento, o qual trouxe protestos para a porta dos estádios e
hotéis oficiais da FIFA, que no leva a grande questão. Como os grandes eventos
no Brasil estão sendo alvo de críticas da população, sendo que os dados
referenciam grandes beneficios para o país?
A Agência Pública de Comunicação,
um canal de notícias com foco em reportagens que abordem os direitos humanos,
conversou com o seu José Francisco de Lima, que vive a 20 km de Recife em local
próximo a construção do Arena Pernambuco, um dos estádios da Copa das
Confederações da FIFA 2013. Seu José é um chefe de uma das 600 familias que
estão programadas a perder as suas casas, em prol da mobilidade urbana na
cidade de Recife, com vista a Copa do Mundo.
Esse número chega a um total de
170 mil, de acordo com o Dossiê da Articulação Nacional dos Comitês Populares
da Copa do Mundo, O que seria justificado para as obras em beneficio de toda a
população brasileira, o que ocorre, como no caso de Seu José, morador há mais
de 20 anos naquela localidade é que não houve um preparo para a desapropriação
dessas residências, que muitas vezes são são mal avaliadas, e os antigos
moradores não conseguem outra moradia, como a anterior, como a familia do Seu
José, que esta se desmembrando e moram em locais que não condizem com a atual
moradia deles.
Além do caso do Seu José, no
Estado do Ceará o ano de 2013 tem sido o de maior período de seca na história
do Estado, porém na área da Orla de Iracema, um dos principais atrativos
turísticos, esta sendo contruído um aquario no valor de R$ 285 milhões, em
contraponto aos investimentos no combate a seca de sido de R$ 199 milhões, de
acordo com informações da Agência Pública sem contar que a obra vem sendo
questionada, devido a falta de estudos arqueológicos e irregularidades em sua
construção.
Essas e outras violações dos
Direitos Humanos, com justificativa a realização dos grandes eventos, que
beneficiaria toda uma rede, vem sido discutida e foi congregada no Dossiê
elaborados pelos comitês populares da Copa do Mundo, com temas relacionados a
moradia, trabalho, representação popular, meio ambiente, acesso a serviços e
bens públicos mobilidade e segurança pública.
O Dossiê enfatiza que esta
havendo um desperdicio publico, o qual poderia ser destinado a nossa população,
para minimizar o déficit habitacional de mais de 5 milhões de residências, além
das restrições causadas pela Lei Geral da Copa, que pode prejudicar até mesmo
as vendas de peofissionais tradicionais, como o caso que o Portal de Noticias
Gama Livre informa a proibição da FIFA da venda de acarajés, e da realização do
São João em algumas regiões devido aos eventos da Copa, que após pressão
popular acabou sendo liberado.
Sendo Assim, as faixas e gritos
contra a Copa das Confederações da FIFA de 2013 e Copa do Mundo de 2014 começam
a fazer sentido. Pois apesar de todos os beneficios justificados pelo governo,
muito tem sido feito contra a população, levando em consideração que os
sociólogos John Swabrooke e Susan Horner
que fatores que determinam o turista de ir a determinado destino é “mudanças
sociais e demográficas, fatores políticos, a segurança da viagem, impacto
ambiental, infra-estrutura”, se for partir desse principio, os turistas que vem
para esses eventos, podem não retornar, porque o brasil está fervendo.