domingo, 17 de janeiro de 2010

ENRENDO DO DAS ESCOLAS DE SAMBA DO CARNAVAL - ESPECIAL

GALERA, HOJE IREMOS MOSTRAR UM ESPECIAL DO CARNAVAL CARIOCA, DEVIDO A FALHA NA INTERNET O ESPECIAL SOBRE SÃO PAULO SERÁ CANCELADO E A ÚLTIMA REPORTAGEM SOBRE BELÉM, FOI ADIADA ATÉ A RESOLUÇÃO DO PROBLEMA... AGRADECEMOS A COMPREENSÃO.

AGORA IREMOS MOSTRAR O ENRENDO DAS ESCOLAS DO RIO DE JANEIRO, ONDE É REALIZADO O MAIOR CARNAVAL DO MUNDO, ESPECIAL INSPIRADO NO ESPECIAL DO SITE G1.

UNIÃO DA ILHA:A União da Ilha do Governador volta ao Grupo Especial em 2010, depois de oito anos no Grupo de Acesso, com o enredo "Dom Quixote de La Mancha, o cavaleiro dos sonhos impossíveis", em busca de seu primeiro título no carnaval carioca. A agremiação é a primeira escola do Grupo Especial a entrar na Sapucaí neste ano. Ela desfila no dia 14 de fevereiro, às 21h.
A carnavalesca Rosa Magalhães aceitou o trabalho na escola esse ano e vai levar para a Sapucaí sete carros alegóricos, 35 alas e cerca de 3.500 componentes - entre eles o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Simone Pereira e Alex Pedreira - para apresentar o romance
A obra de Miguel de Cervantes foi publicada em dois volumes em 1605 e 1615 e é uma paródia sobre os romances de cavalaria espanhóis muito disseminados à época. No livro, um pobre fidalgo perde a razão nas leituras desses romances e decide encarar o mundo imitando seus heróis de cavalaria. Dom Quixote, nome que elege para si, nomeia seu velho cavalo de Rocinante e elege como sua bela donzela Dulcinea del Toboso – uma simples camponesa, a quem via como dama nobre. Sancho Pança é seu aliado nas diversas aventuras que começa a enxergar pelo mundoA carnavalesca diz que não há como falar sobre a obra de Cervantes, ou de seu personagem principal, Don Quixote de La Mancha, separadamente. Para ela, o público só pode conhecer os dois juntos.

"O público não conhece a obra, mas já ouviu falar sobre as aventuras mais famosas. Eles sabem que ele atacou um exército e que era um cavaleiro, mas não sabem por que. O que nós queremos é justamente mostrar os motivos que o levavam a fazer isso", contou a carnavalesca.
Por ser uma obra extensa, composta por 126 capítulos e inúmeros delírios, Rosa decidiu apresentar em 2010 as fantasias mais conhecidas. "A história dos moinhos gigantes, ou quando ele vê um rebanho e pensa que é um exército, são aventuras famosas. A história é muito simples, e a letra do samba também explica muito bem", afirma.
A versão final do samba, de autoria de Grassano, Gabriel Fraga, Márcio André Filho, João Bosco, Arlindo Neto, Gugu das Candongas, Marquinho do Banjo, Barbosão, Ito Melodia e Léo da Ilha, foi uma fusão de dois sambas e será interpretado por Ito Melodia.
Nas incursões do herói, suas fantasias e delírios acabam sempre sendo desmentidos pelo real. E está justamente aí o mérito de Dom Quixote, afinal ele não desiste e persiste em busca de seus sonhos.
"O objetivo principal do enredo é 'você não deve desistir dos seus sonhos'. Estamos em um momento em que as pessoas estão sem ideais. Mostrar um herói, mesmo que louco, que luta por seus ideais é um exemplo", conclui.


IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE: A Imperatriz Leopoldinense é dona de oito campeonatos do carnaval carioca, mas está também há oito anos sem conquistar um título. O carnavalesco Max Lopes garante que 2010 será um ano de grandes mudanças. Com o enredo "Brasil de todos os deuses", a verde e branco vai mostrar a formação religiosa do país, com toda sua mistura e harmonia e tentar garantir seu nono título no carnaval carioca.
O carnavalesco contou que o objetivo não é mostrar quais são e como funciona cada religião que compõe essa miscigenação. Mas sim, mostrar a evolução desse encontro. Desde a chegada de uma religião diferente, o choque com as que existiam, até o momento atual - exaltando o fato de o país não viver uma guerra religiosa.

Por manter esse olhar anticonflito é que a escola acredita que o tema, por mais que possa parecer, não vai levantar polêmicas. "Meu foco é na fé; e a fé é algo universal, não tem por que gerar discussões. Cada um acredita em uma coisa, mas a fé não muda", diz.
O carnavalesco volta à escola em 2010, depois de 20 anos afastado, prometendo mudanças radicais. "Com certeza a minha marca no carnaval do ano que vem vai estar nas cores. O próprio colorido, a divisão cromática da escola. Cada setor vai ter um predomínio. Isso vai ser a maior diferença que estou trazendo, sem dúvida", conta.
A escola é a segunda a desfilar no dia 14 de fevereiro, às 22h05. Segundo o diretor de carnaval Wagner Araújo, a agremiação vai apresentar, durante 80 minutos, 46 alas, cada uma com uma média de 80 a 100 pessoas, chegando a um número final de aproximadamente 3.800 componentes, entre eles o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Ubirajara e Veronica. O samba, cantado por Dominguinhos do Estácio, é considerado pelo carnavalesco uma ode à fé.

O objetivo principal do enredo é mostrar às pessoas o quanto é importante ter fé, em qualquer aspecto da vida. Em um momento em que as pessoas estão tão desacreditadas no ser humano, e a tecnologia trazendo o progresso de forma tão voraz, o carnavalesco quer trazer de volta essa fé que foi se perdendo. "Acho que as pessoas não estão desacreditadas em Deus, ou em uma força superior. Mas com tanta sujeira por aí, tanta mentira, o ser humano é quem está desacreditado. É a fé no homem que está precisando ser resgatada", afirma.


UNIDOS DA TIJUCA: A Unidos da Tijuca, uma das mais antigas escolas do Rio de Janeiro, será a terceira agremiaçãoa entrar na Sapucaí no primeiro dia de desfiles com um enredo cheio de mistérios. De volta à escola para o carnaval 2010, o carnavalesco Paulo Barros não revela quase nada do enredo que está desenvolvendo, mas garante muito empenho.
Estou muito feliz e com muita vontade de fazer esse carnaval. A minha volta à escola é como se meus sentimentos, duas identidades, estivessem se misturado. Não existe Paulo Barros e Unidos da Tijuca, está tudo misturado", afirma.

Todo o mistério em torno da escola faz sentido, a começar pelo título do enredo: "É segredo". O samba será interpretado por Bruno Ribas e vai contar a história de grandes mistérios que rondam a história da humanidade. Lugares lendários, civilizações antigas, identidades secretas, as chaves e códigos da internet, o folião vai ser convidado a uma viagem onde vai explorar esse mundo enigmático.
A escola amargura um jejum de títulos desde 1936 e o carnavalesco tem a missão de tentar reverter esse quadro, trazendo o segundo campeonato para a comunidade da Tijuca. Para isso, requinte, inovação e detalhamento estão nos planos do responsável pelo enredo que vai levar para a Sapucaí 6 carros e 3,6 mil componentes divididos em 32 alas.
"Estou procurando fazer um carnaval diversificado, muito bonito, extremamente minucioso, para que o povo se divirta. A Tijuca vem cheia de detalhes e cheia de surpresas", garante.

Para encerrar, Paulo promete fazer uma brincadeira com o público que vai revelar o segredo da própria escola. "Vamos tratar de insetos que se camuflam para confundir e causar uma ilusão de óptica e, através desse recurso, vamos enganar os olhos do telespectador e fazer com que ele descubra nosso segredo", promete.
Além da volta do carnavalesco, a escola tem mais novidades. Este ano, a Tijuca conta com um novo casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marquinhos e Giovanna. O casal desfilou por mais de dez anos na Mangueira.

VIRADOURO: A Viradouro é a quarta escola a desfilar no dia 14 de fevereiro, à 0h15, e aposta no enredo "México - paraíso das cores, sob o signo do sol", interpretado por Wander Pires, para conquistar o campeonato carioca em 2010 e sair do jejum de apenas um título, conquistado em 1997. Os carnavalescos Júnior Schall e Edson Pereira foram a dupla responsável por levar para a Sapucaí a história, a cultura e os personagens que ajudaram a compor o país.
A escola vai apresentar o enredo dividido em nove carros - sendo o primeiro acoplado – o que significa uma divisão real de oito setores. Serão 34 alas: 5 comerciais e o restante fica por conta da comunidade, o que dará uma média de 4 mil componentes no desfile. O casal de mestre-sala de porta-bandeira, Robson e Ana Paula, abre a Avenida para a apresentação da escola.

A escolha do país se deu pela identificação com as cores e alegria, semelhantes às da agremiação. "Entre outros enredos que apareceram como opção, o México se mostrou o melhor. Precisávamos fazer um enredo que fosse a cara da Viradouro. O colorido forte vai dar uma nova cara para a escola", afirma Edson Pereira.
O carnavalesco contou em detalhes a ordem do desfile. "Vamos começar com as cores, tendo como protagonistas Diego Rivera e Frida Kahlo. Depois, tratamos das civilizações pré-colombianas, os maias e os astecas. A seguir, vamos para a invasão espanhola – como se deu a invasão, a chegada de Hernán Cortés e como foi sua recepção. O quarto setor vai ao Caribe para tratar dos piratas e a busca pelas riquezas. No quinto, aparecem as revoluções sociais representadas pela figura de Zapata. Passamos então ao retrato de um povo animado: culinária, aromas, festas – faremos um comparativo pela festividade do povo brasileiro. Emendamos aí no sétimo setor onde trataremos da festa do Dia de Finados, uma grande celebração da vida – uma bela surpresa para nós, que não sabíamos de sua forte representação. Por fim, o último setor vai retratar a fé dos mexicanos, um povo muito católico. A imagem da Virgem de Guadalupe nos dá muitos subsídios estéticos e plásticos para o encerramento no último carro."

Diego Rivera, Frida Kahlo, Emiliano Zapata, Virgem de Guadalupe são só alguns dos personagens que vão ajudar a montar o retrato desse país. Chaves e Chapolim aparecem como as figuras divertidas e caricatas para ajudar a dar a cara do povo mexicano, simbolizando sua animação e alegria, muito parecidas com as do Brasil.
Edson adianta que a grande mudança para o carnaval 2010 será a valorização do componente. "Teremos uma escola leve e colorida, que vai proporcionar ao componente mais liberdade para se divertir, mais movimentação. Isso vai aumentar não só a participação dele no desfile, como possibilitar uma integração melhor com a escola."
Buscar o título com seu enredo é o objetivo principal de toda escola. Mas para a Viradouro, esse não deve ser o único. "Queremos mostrar que se pode fazer carnaval mostrando também uma questão social, tão forte como a do Brasil. O nosso dever é mostrar muito além daquilo que se passa na TV e que as pessoas já conhecem. Dava para fazer muito mais que só um enredo com tanta história que temos sobre o México", afirma.

SALGUEIRO: O Salgueiro, quinta escola a entrar na Sapucaí no dia 14 de fevereiro, foi campeão em 2009 e aposta na história do livro para tentar o bicampeonato em 2010. O intérprete Quinho é o responsável por agitar a Sapucaí com o enredo "Histórias sem fim". A previsão é que a escola entre na Avenida à à 1h20 .
O carnavalesco Renato Lage diz que a escolha do tema se deve a grande possibilidade de exploração permitida pelo livro. Para ele, cada livro já seria material para um enredo. O ambiente literário, com todo o sonho e fantasia que proporciona, é um prato cheio a ser explorado no carnaval.

"Não foi pensado para falar do lado chato do livro, da questão escolar. Mas a visão do livro como extensão do pensamento e da imaginação humana que criam fantasias. Isso tem muita coisa para ser explorada em um enredo", diz Lage.
O carnavalesco adiantou alguns detalhes do desfile que terá 7 carros, 6 tripés e 32 alas, totalizando uma média de 4 mil componentes, entre eles o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Ronaldinho e Gleice Simpatia.
"Vamos abrir com a história da imprensa: os manuscritos, os escribas e as iluminuras. Depois vamos para Guttemberg, que democratizou o livro com a invenção dos tipos móveis – o que deu mais mobilidade ao livro. Passamos então a uma divisão por gêneros. E o encerramento acaba com os livros de autoajuda, religiosos", conta o carnavalesco.
A divisão de setores será feita de acordo com os gêneros literários, compostos de obras representativas e personagens de cada um deles. Entre outros, o gênero Clássico vai levar para a Avenida a Ilíada; o Aventura terá Harry Potter; o Ficção aparece com Eu Robô; o Infantil vai divertir os foliões com as histórias de Monteiro Lobato.

O objetivo do enredo é despertar o interesse do brasileiro pela leitura. "O Salgueiro tem essa responsabilidade. A leitura abre as pessoas e dá margem para a imaginação e novos pensamentos. São muitas coisas boas que o livro proporciona", afirma o carnavalesco.
Lage não quis contar muitas novidades da agremiação, que já acumula nove títulos no carnaval carioca. Mas promete muitas surpresas e inovações ao dizer que o público vai ler muito na Sapucaí. "O desfile vai estar ali para ser lido como um livro. As pessoas não vão somente ver, vão ler a apresentação do Salgueiro", diz.

BEIJA-FLOR: A Beija-Flor de Nilópolis vai levar para a Sapucaí o enredo "Brilhante ao sol do novo mundo, Brasília do sonho à realidade, a capital da esperança", no ano em que a capital federal completa 50 anos. A escola é a última a desfilar no dia 14 de fevereiro, às 2h25.
A escola tem uma comissão de carnaval responsável pelo desfile com quatro membros: Alexandre Louzada, Fran-Sérgio, Laíla e Ubiratan Silva. Foi Louzada quem contou os detalhes do enredo escolhido para 2010.

Nas palavras de Louzada, a Beija-Flor vai falar de tudo relacionado a Brasília, menos política. "Vamos mostrar a história de Brasília, sob o ponto de vista de Dom Bosco, ou a materialização de uma lenda indígena, as coincidências com uma cidade egípcia de 3500 a.C."
A política está fora do enredo porque a intenção é privilegiar a formação do povo brasiliense: a chegada das mais de 55 mil pessoas de todos os cantos do país que formaram o povo mais miscigenado e com a maior quantidade de expressões folclóricas do país.
"Foi uma opção desde o início. Queremos mostrar que a política é uma consequência. A política não é fruto dos brasilienses, ela está em todo o país. Só o centro que é lá", diz.
O objetivo é mostrar um lado de Brasília que as pessoas pouco conhecem. A azul e branca vai explicar que a ida da capital federal para o interior não foi só uma decisão de Juscelino Kubitschek. O então presidente materializou uma determinação antiga.

"A ideia de se levar a capital já era antiga, começou com os inconfidentes. José Bonifácio, logo após a independência, batizou de Brasília o nome da futura capital do país. Floriano Peixoto mandou a expedição Louis Cruls, que demarcou o território que hoje se conhece do Distrito Federal. Só anos depois que o JK realizou essa determinação que já estava prevista", conta.
Diversos personagens vão ajudar a contar essa história, entre eles, Dom. Pedro, José Bonifácio, Tiradentes e Juscelino Kubitschek. Para encerrar o desfile, Louzada adianta que estão sendo convidadas diversas personalidades brasilienses, mas diz que ainda não pode garantir os nomes.

A agremiação já coleciona 11 campeonatos no carnaval carioca, mas a comunidade quer mais e já sabe na ponta da língua o samba interpretado por Neguinho da Beija-Flor, há 35 anos na escola. Os também tradicionais componentes, Claudinho e Selminha Sorriso, continuam como primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira. A escola aposta no amor e participação da comunidade para conquistar seu 12º título.


MOCIDADE: A Mocidade Independente de Padre Miguel vai levar para a Sapucaí em 2010 o enredo "Do paraíso de Deus ao paraíso da loucura, cada um sabe o que procura" para mostrar a trajetória humana na busca de paraísos. O carnavalesco Cid Carvalho conta que a escola quer resgatar o seu paraíso com uma boa colocação e aposta na força da comunidade para resgatar a paixão pela Mocidade e impulsionar o desfile.
A verde e branca é a primeira a desfilar no dia 15 de fevereiro, às 21h, e deve levar para a Avenida uma média de 3,8 mil componentes, que serão embalados pelo intérprete David do Pandeiro. Fabrício Pires e Cristiane Caldas formam o casal de mestre-sala e porta-bandeira encarregado de abrir o desfile para a comunidade que busca seu sexto título no carnaval carioca.

O enredo será dividido em duas partes bem definidas e escola entrará na Avenida com 37 alas. O abre-alas e os dois carros seguintes representam a ligação do paraíso com a imagem bíblica da gênesis – a visão tradicional de paraíso. E os últimos estarão vinculados ao paraíso da terra, onde tudo pode ser comprado com o dinheiro.
O segundo carro vai contar ao público a história do reino africano de Preste João, onde se acreditava ser o paraíso na época da Idade Média. O terceiro é a descoberta do novo mundo com a chegada ao paraíso tropical, depois conhecido como Brasil.

O quarto carro, nas palavras do carnavalesco, marca a divisão do desfile. Nele será representado o eldorado, quando o homem se desvirtua, para de pensar na fauna e na flora, em função da ambição por riquezas. "Costumo dizer que, quando o homem chega ao paraíso, ele é picado pela serpente da ambição", diz Cid Carvalho.
No carro cinco, uma brincadeira com a nota do Real nos paraísos fiscais. "Não importa se há uma onça pintada ou uma garoupa na nota, importa a nota", explica o carnavalesco. Daí parte diretamente para o paraíso do consumo, representado no sétimo carro da agremiação. "As pessoas chegam ao shopping cheias de dinheiro, cartão de crédito, cheque especial e se sentem no paraíso", afirma.

O último carro vai ser a materialização do paraíso do carnaval. Para Cid, o desfile é um momento de distanciamento para o folião. Não há problemas, só alegrias. "Pelo menos durante 80 minutos, naquele período pequeno, é um momento de muita alegria, a pessoa não tem doença, não tem dívida, não tem desemprego. É o paraíso", conta.
O encerramento do desfile vai tentar passar a mensagem principal do enredo: a de que há outros caminhos e a necessidade de paz e harmonia. "O mundo anda tão pesado, tão violento. O nosso estado do Rio de Janeiro, o Brasil em geral. Há um distanciamento muito grande da paz, queremos resgatar isso. O paraíso está dentro de cada um de nós, basta procurar que se encontra", afirma.


PORTO DA PEDRA: A Porto da Pedra é a segunda escola a desfilar no dia 15 de fevereiro, às 22h05, e vai levar para a Avenida o enredo "Com que roupa eu vou para o samba que você me convidou", interpretado por Luizinho Andanças.
O carnavalesco Paulo Menezes adiantou alguns detalhes de como será o desfile apresentado pela a escola que está há apenas oito anos no Grupo Especial, e ainda sem títulos.

O enredo escolhido vai falar sobre a história da indumentária: como a roupa foi se transformando de acordo com a evolução do pensamento do homem. Para isso, Menezes aposta em uma cronologia que vai mostrar a moda em diferentes momentos da história.
"A cada mudança do pensamento do homem, muda a maneira de ele se vestir", explicou o carnavalesco. Pré-história, Idade Média, Renascimento, Barroco, Rococó, Art Nouveau e os grandes desfiles do Brasil estarão distribuídos em 38 alas com uma média de 4 mil componentes, entre eles o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diego Falcão e Alessandra Bessa. Sete carros alegóricos e três tripés ajudam a compor o espetáculo da vermelha e branca.
Como a história da roupa não se faz apenas no Brasil, são diversos os personagens do cenário internacional que dessa vez desfilarão pela Sapucaí. Entre eles, Rainha Elizabeth, Maria Antonieta, Rei Luiz XIV, Chanel, Cleópatra, ou seja, personagens que deixaram sua marca com suas formas de vestir.

O encerramento do desfile vai prestigiar grandes nomes da moda brasileira. Entre eles, Lenny Niemeyer, Zuzu Angel, Alexandre Herchcovitch, Lino Vilaventura e outros.
grandes estilistas estão produzido aqui dentro", conta.

Valorizar, antes de tudo, a produção nacional é o principal intuito da escola. Mostrar ao público um Brasil que está cada vez mais se consolidando como um polo de difusão de tendências para a moda mundial. "Hoje, o Brasil não é mais um centro copiador de moda, ele é criador da moda", afirma Menezes.
O carnavalesco promete o maior desfile do mundo, para o maior público do mundo, e com ele, tentar garantir o primeiro campeonato da escola no Carnaval carioca. "Podem esperar um grande espetáculo da Porto da Pedra", ressalta.

GRANDE RIO: A Grande Rio é a quarta escola a desfilar no segundo dia de desfiles de 2010. Ela tenta conquistar seu primeiro título do Grupo Especial com uma retrospectiva que vai relembrar os melhores momentos da Marquês de Sapucaí, a história dos grandes desfiles que aconteceram desde 1984, quando foi inaugurada.
O enredo "Das arquibancadas ao camarote número 1, um Grande Rio de emoção, na apoteose do seu coração" é interpretado por Wantuir e está sob responsabilidade do carnavalesco Cahê Rodrigues, que foi quem deu os detalhes do desfile.

Cahê promete para 2010 uma grande homenagem àqueles que ajudaram e ajudam a construir a história da Sapucaí, os sambistas, os operários do samba, grandes carnavalescos. "Temos que reconhecer o mérito de cada um nessa história", diz.
O carnavalesco adianta como serão divididos os sete setores e 34 alas, com uma média de 3,8 mil componentes, entre eles o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Sidcley e Squel.
No primeiro setor, a energia que contagia a festa da Avenida. O público das arquibancadas e dos camarotes que ajudam a impulsionar o desfile. No segundo, a trajetória da Praça 11 à Praça da Apoteose, o sambódromo carioca.
No terceiro setor, uma grande homenagem a quem Cahê chama de "Mentes loucas e brilhantes", os carnavalescos e o estilo que ajudaram a criar no carnaval carioca. Entre os homenageados, Fernando Pinto, Arlindo Rodrigues, Renato Lage, Max Lopes e Joãosinho 30. O quarto setor também trata daqueles que estão por trás dos desfiles: os operários da folia, que ajudam a transformar os sonhos em realidade.

O quinto e o sexto setor vão mostrar os grandes desfiles que ficaram marcados na cabeça do povo e os sambistas eternizados no carnaval do Rio de Janeiro, respectivamente. Cahê adianta que fará aí uma grande homenagem ao poeta Jamelão.
No encerramento, o carnavalesco promete fazer o público viajar até o ano 3000 para mostrar como vai ser o carnaval do futuro. "Fazemos aqui uma alusão ao carnaval de Fernando Pinto na Mocidade em 1985: Ziriguidum 2001 um carnaval das estrelas", conta.
Em sua grande homenagem, duas grandes surpresas já foram adiantadas pelo carnavalesco. "Na terceira alegoria Joãosinho 30 aparece como o rei da folia, o melhor carnavalesco de todos os tempos. E no segundo carro, Beth Andrade aparece como grande destaque em cima da estrela da Mocidade".

PORTELA: A Portela, a mais tradicional escola de samba do Rio de Janeiro, vai levar para a Sapucaí o enredo "Derrubando fronteiras conquistando a liberdade - Rio de paz em estado de graça", no segundo dia de desfiles, dia 15 de fevereiro, às 23h10.
Idealizado pela dupla de carnavalescos Alex de Oliveira e Amauri Santos, o enredo vai falar de tecnologia, mais especificamente, dos benefícios da inclusão digital como ferramenta de transformação para a realidade do Rio.

Com 36 alas divididas entre sete alegorias, a escola quer provar que a internet é um meio de inclusão social e não deve ser encarada como uma tecnologia excludente. "Muito se cogitou que o homem ia se excluir, mas é um meio para a vida melhorar", ressalta Alex de Oliveira.
O carnavalesco contou em detalhes como será a divisão dos setores na avenida. O início do desfile traz a águia, símbolo da escola, como back bone da apresentação, que vai fazer uma ligação com todos os outros setores. O primeiro setor mostra o portal digital, um futuro de cobertura 100% banda larga no Rio.

No segundo setor, os excluídos são convidados a acessar esse universo para que possam ser, então, transformados. O terceiro e o quarto setor trazem a educação à distância os benefícios das telecomunicações, respectivamente. No quinto, a azul e branca vai mostrar os avanços e recursos que chegam com a medicina tecnológica. Alex promete aí uma grande surpresa, mas que não pôde adiantar.
Já na fase de encerramento do desfile, no sexto setor, mostra-se, na prática, a inclusão social como condição para a transformação. "Utilização dos blogs, chats, redes para se colocar no mundo. Queremos mostrar que aquilo é muito mais que um site de bate-papo", afirmou o carnavalesco. O sétimo e último setor faz referência ao mundo dos games e Alex adianta que vai usar a linguagem dos jogos para pedir paz para o Rio.
Alex lembra que o objetivo principal do enredo é mostrar que a tecnologia existe para servir ao homem e, assim, ajudá-lo na realização de suas necessidades. "Na verdade, ela faz tudo que você mandar, então ela está à disposição do ser humano", lembra.

A única escola que conquistou sete títulos seguidos do carnaval carioca busca seu 22º título em 2010, e seguir como líder no ranking de campeonatos. O intérpete Gilsinho é o responsável por animar os cerca de 4 mil componentes que vão agitar o defile da agremiação.


MANGUEIRA: A segunda escola no ranking das maiores detentoras de títulos do carnaval carioca vai ser a última a desfilar em 2010, às 2h25, e promete fechar as apresentações com muito requinte. A Mangueira vai apresentar o enredo "Mangueira é música do Brasil", interpretado por Luizito, Zé Paulo Sierra, Rychacs e Ciganerei, para contar ao público a história da música brasileira.
A responsabilidade de desenvolver o enredo está com a dupla de carnavalescos Jayme Cesário e Jorge Caribé. Grandiosa, a escola virá com oito carros, sendo o abre-alas acoplado, quatro quadripés e 37 alas, um total de aproximadamente 4 mil componentes, entre eles o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Raphael Rodrigues e Marcella Alves.

No início, a verde e rosa começa exaltando ela mesma, dando sentido ao título do enredo. "Vamos mostrar aí os grandes compositores, os sambas antológicos, os sambistas que escolheram e fizeram da Mangueira a sua segunda casa", conta Jayme.
A partir daí inicia-se uma grande viagem musical, onde será mostrada a Bossa Nova – momento em que a música brasileira se internacionaliza -, a Jovem Guarda, as canções de protesto que sofriam com a censura, a Tropicália, os grandes festivais de MPB – quando surgiu, efetivamente, o estilo. Depois, seguem com o rock dos aos 80 e os personagens que marcaram o cenário nacional. Aí o carnavalesco promete um destaque para quem chamou de o "pai do rock brasileiro", Raul Seixas.

Já finalizando, a verde e rosa promete uma exaltação da música regional: o sertanejo do interior do país, o frevo, baião, as toadas do Norte. E, para encerrar, evidenciam a questão da música que surge nos guetos. "Vamos mostrar todos os movimentos que nasceram em comunidades mais carentes e ganharam notoriedade", explica o carnavalesco, que promete fechar o desfile com uma grande homenagem ao funk carioca.
A Mangueira passa por um período de grandes mudanças, principalmente com a chegada de seu novo presidente, Ivo Meirelles, e Jayme planeja conquistar o 17º título da escola em 2010, com um carnaval renovado, mais moderno, mas mantendo o tradicional tom verde de roda da agremiação.

"Teremos carros bem grandiosos, com muitos efeitos, muitas riquezas, muito movimento, aquilo que mangueirense deseja ver na sua escola de coração", promete.


VILA ISABEL: A Vila Isabel é a quinta escola a entrar na Avenida no segundo dia de desfiles, à 1h20, e vai homenagear seu grande poeta, Noel Rosa, no ano em que o sambista completaria 100 anos. O enredo "Noel: A presença do poeta da Vila" é de autoria do sambista Martinho da Vila e será interpretado por Tinga.
O personagem foi escolhido, segundo o carnavalesco Alex de Souza, porque Noel foi e continua sendo uma figura muito importante para o bairro, então seu centenário não poderia passar em branco. "Noel está para a Vila, assim como Cartola está para a Mangueira", compara.

A homenagem ao poeta virá em oito carros alegóricos e 31 alas, o que dá um total de aproximadamente 3,5 mil componentes. Julinho e Ruth Alves formam o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, responsável por abrir caminho para o desfile da escola do presidente Wilson Alves.
A divisão dos setores no desfile será de acordo com a vida de Noel, em ordem cronológica. Na abertura, uma referência a seu nascimento. Logo depois, sua participação no Bando dos Tangarás, grupo do qual fez parte aos 19 anos. A seguir, sua descoberta como sambista – a influência e o contato com os sambistas de morro, a boemia, o carnaval na Vila, o teatro de revista, o rádio, o cinema. Ou seja, em duas etapas, o nascimento e a obra do compositor.

No encerramento, Alex adianta que não será mostrado o falecido Noel, mas sim a figura que ainda "vive" na memória do bairro e do povo. "Queremos mostrar ele em um outro plano, no espaço sideral, mas com sua forte presença no bairro", conta.
O carnavalesco não quis adiantar as maiores surpresas que vão estar na Sapucaí, mas promete que está planejando grandes momentos de criatividade. Ele aposta que o ponto alto da escola, que tenta garantir seu terceiro título no carnaval carioca, virá com a bateria. "Com a estreia do mestre Átila, acho que a escola vai dar um show", prevê.

FONTE: G1 CARNAVAL 2010






























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